quarta-feira, 16 de maio de 2012

Própria incompreensão

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro" [Clarice Lispector]

E ela não era domável, nunca foi e nunca será! Não possuía uma fácil compreensão de si, na realidade não obtinha compreensão alguma. Não era igual aos outros, tinha hábitos incomuns e modos diferentes, guardava surpresas para cada situação.
Ela não existia na razão, não gostava das complicações da vida justamente por já ser complicada o suficiente. Sempre foi constituída de atitudes e ações que muitas vezes só faziam sentido para si mesma. Era uma ótima menina, uma bela moça, inteligente mulher que tinha uma base sólida de amor, mas que também era fúria, revolta, chateação, desejos que desconhecia, medos absurdos e conflitos de vontades e opiniões! Ela era um enigma! Um mistério sem resposta, talvez!
 As pessoas achavam que a conheciam e que suas atitudes tinham o objetivo de chamar atenção, mas ela pouco ligava para a tal da atenção, via graça mesmo em como sua mente desenvolvia tantas ideias de uma unica vez e se desconectava de todo o mundo. Mas se ela via graça em se desligar da realidade, encontrava mais ainda quando se transformava em fogo lento de pura maldade que incendeia um comodo e quando se nota já destruiu toda a construção. 
Mudava de opinião constantemente e tinha afeição pelos erros. Não que ela soubesse quando estava errada, contudo em todas as chances que teve que tentar corrigi-los acabava por errar novamente e acabava por rir, afinal não poderia chorar a cada vez que desse um mau passo.Mas não a levem a mal também era dona de um coração imenso e amava em segredo, tinha inúmeras virtudes que venciam todos os erros. Sabia sim dar carinho, atenção, ser boa... do seu modo torto e risonho quem sabe até mesmo um riso cruel, ela não era má apenas vivia de um jeito livre de sentenças, livre do certo ou errado... vivia livre de si mesma! Deixava sentir quando sentimento viesse e não seguia rotulagens.
Se em cinquenta segundos podia destruir o mundo, em um minuto ela conseguia arrumar tudo que havia destruído e ainda  fazer melhor.
Ela era incompreendida por si e pelo tudo e justamente por isso era feliz, porque não é necessário compreender o mundo ou a si mesmo para que a felicidade seja alcançada! É preciso apenas viver de portas abertas para o que a vida pode oferecer!